que saberám os cans da honra e da desonra?
a colecçom contemporânea da rinoceronte dá para muito.
lim algo de coetzee em castelhano e gostei dele. quando vim este desronra traduzido ao galego nom duvidei em mercá-lo. agora venho de lê-lo.
david laurie é o protagonista do romance. é professor de literatura numha universidade sudafricana. o david tem um encontro sexual com umha aluna, do que nom sai bem parado: é denunciado por ela e obrigado a renunciar ao seu posto docente. decide refugiar-se no campo, na granja que dirige a sua filha. a cousa semelha ir bem: quando o homem semelha encarreirar um caminho de redençom, algo acontece que faz desaparecer a terra ao seu arredor e deixar só valdeiro.
as perspectivas que introduz coetzee nas suas obras som do mais interessante. neste caso, um homem é acusado de cometer um delito sexual: abusou do seu poder para deitar-se cumha aluna. ele mesmo, em primeira pessoa, descreve os encontros. ele mesmo dá conta de que resultam quando menos, bruscos e violentos: a aluna cede mas nom goza. ele mesmo admite que nom sente arrepentimento. mas admite o castigo: o aviltamento pessoal, a perda pública da honra. eu, entanto leitora, nom acabo por simpatizar com o protagonista.
o romance semelha caminhar cara a recuperaçom dessa honra perdida, mas nom. vemos como o protagonista nom recupera a dignidade mas tem de sofrer um desdouro muito mais fundo que aquele público: nom poder ajudar a umha filha aviltada por outros homens, delinqüentes como ele. nom há pior infámia que a interior.
e a sudáfrica. a sudáfrica que descreve coetzee é umha sudáfrica post-apartheid dura e violenta. o apartheid nom aparece quase citado, mas é um sombra que todo o cobre e que nom deixa luzir o sol. e assim como os negros estám obrigados a esquecer o passado de desprezo para refazer o país, a filha de david sinte-se na obriga de ser castigada com a desonra por ser parte da elite branca.
em realidade, quem se desonra é toda umha sociedade.
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