quinta-feira, 29 de abril de 2010

o melhor amigo do urso

arto paasilinna: el mejor amigo del oso. anagrama. barcelona 2009.

umha decepçom o amigo plastilina. o argumento inicial tinha chicha: um crego descreído odiado polo seu rabanho, a quem lhe é ofereceida umha cria de urso como presente de aniversário na paróquia.

o primeiro capítulo, para mim, é de antologia: é-nos contada a orfandade do ursinho (é dizer, como chegou a ela) mas desde o ponto de vista animal, nom humano.

mas quiçás por isso, aquilo que vém depois nom está à altura. resulta um livro mais chocalheiro que irónico, e as minhas preferências vam polo segundo. e isso que noutras obras é crível embora estranho ou inabitual, para mim, nesta, resulta pouco verosímil.

e nom sei, porque nom sei finés, se boa parte desse choque que anulou a minha implicaçom na obra, nom será cousa da traduçom, muito forçada para o meu gosto.

terça-feira, 20 de abril de 2010

a banda desenhada

will eisner: el cómic y el arte secuencial. norma editorial. barcelona 1988.

nota-se que no insti tivemos umha exposiçom sobre banda desenhada, porque abundam por aqui mostras do interesse polo tema. cristina, companheira por uns tempos na escola, deixou-nos claro: se queredes saber o básico sobre a banda desenhada, tedes que ler will eisner. e eu lim, e tenho que lhe dar toda a razom. expom, tam polo miúdo todos os pormenores técnicos, todos os truques de autor, todos os elementos que componhem um quadrinho, com uns exemplos tam claros e umhas argumentaçons tam evidentes que ao acabar a leitura podes ter-te por experta em cómic. e começas a ler banda desenhada com outra olhada.

e tivo resultados poéticos (que já conheceredes). que mais se pode pedir!


píldoras azuis

frederik peeters: píldoras azules. astiberri ediciones. donosti 2003.

umha maravilha. outra. semelha que ando à caça de quadrinhos comprometidos e que tratem temas profundos, mas nom é assim. chegam a mim por coincidências, casualidades e cousas que passam. neste caso o tema profundo a abordar é o da sida. e o autor fai-no dumha maneira directa, surpreendente, sincera e agradável. depois de lê-lo nom podes evitar sentir empatia com essa família tipicamente desestruturada à que acompanhamos até a decisom de começar o tratamento com essas pílulas azuis, os retrovirais.
neste caso, o protagonista, identificado com o autor, conhece umha moça, da que gosta, com a que se lia e com a que acaba enredando em algo mais que um par de encontros sexuais de fim de semana. e é entom quando ela lhe dá a má nova: nom é que tenha um filho pequeno doutra relaçom, mas que tanto ela como ele tenhem a sida. o que segue som as decisons da parelha, os seus medos, os seus sustos (esses preservativos!), os seus reparos e, sobretodo, o amor com que consiguem vencer os seus próprios prexuízos.

gorazde

joe sacco: gorazde. zona protegida. la guerra en bosnia oriental 1992-1995. planeta dagostini. barcelona 2001.

impecável este livro para fazer ver o horror das guerras civis, do abandono das vítimas por parte das potências ocidentais, capazes de olhar para outro lado, para o chão, para um muro qualquer, com tal de nom olhar a injustiça de frente, face a face. está ausente boa parte da ironia que protegia ao autor na sua crónica anterior (bem, a que eu lim antes), palestina. a ironia faz-se denecessária porque som as pessoas que sobrevivem em gorazde as que usam da retranca e a xorna para suportar o seu bloqueio. estruturada em capítulos, durante os que vamos conhecendo as pessoas às que acompanha joe sacco nas suas estadias na cidade bósnia, assistimos a um in crescendo de dureza e violência que tem o seu cume nas crónica do genocídio de srebrenica. aí crava-nos um punhal de autêntico narrador.

muito gostei, sim. mas é de ler aos poucos, para poder suportar certas humanidades.

a ilha dos cavaleiros

toni morrison: la isla de los caballeros. contemporánea debolsillo. barcelona 2004.

última leitura da toni e um pouco decepcionante. numha ilha do caribe, um rico americano comparte umhas férias indefinidas com a sum loira e nova mulher, a sua parelha de fideis e eternos criados (pretos, por suposto) e a sobrinha destes, acolhida quase como filha adoptiva. todo transcorre de maneira plácida, morna, em aguarda de que rebente a tronada. e esta dá-se com a chegada de um náufrago fugido nom se sabe de onde, com a identidade de nom se sabe quem. o único é que é um moço preto de físico imponhente e sexual. e a tronada rebenta.

a mim faltou-me tronada e sobrárom-me avisos.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Um sorriso, por favor.

jean rhys: una sonrisa, por favor. lumen. barcelona 2009.

lera desta mulher ancho mar de argaço, e gostara muito. vim um dia estas suas memórias na prateleira de couceiro e lá tirei de dinheiro e merquim o livro. vale a pena mas nom sei explciar por que. som umhas memorias atípicas por contidas. ao acabar a leitura mais curiosidade sinto por achegar-me à figura desta escritora e menos penso que a conheço. silencia muito mais daquilo que conta, ou isso semelha. e conta com a mesma austeridade um chá com um amigo como um aborto ou umha tempada depressiva.