quinta-feira, 4 de agosto de 2011

leituras demoradas: ayes deste meu país

j.l. do pico orjais e isabel rei sanmartim: ayes de mi país. o cancioneiro de marcial valladares. dos acordes. baiona 2010.

nom sei música. nada de nada. nem sei solfejar e seique nem tenho ouvido (diz meu pai), ainda que me esforce em aprender toques e cantos de pandeireta. e por que merquei este livro (e lim, claro), se é de música? umha, porque umha das autoras é isabel, amigha guitarrista que apreço muito; duas, porque o outro autor nom o conheço persoalmente, porém sigo atentamente as suas andanças através da internete. e três, porque estudam parte da obra de um senhor (reitegrata fundacional) que também admiro, o valladares. triplo compromiso, portanto.

ayes de mi país consiste numha ediçom fac-simile do cancioneiro popular que marcial valladares tinha recompilado meado o século xix. o interesse deste cancioneiro está no feito de conservar letras e partituras musicais. para mim, como já digem, ignorante na arte de solfejar e diferenciar graves e agudos, fusas e semi-fusas, podia ter o interesse das coplas e letras recolhidas. era-me avundo.

mas entrei na introduçom. os autores tencionam explicar-nos o contexto social e cultural em que este cancioneiro tem nascido. tencionam e conseguem, porque a sua achega resulta do mais interessante. 
na zona da estrada sempre houvo umha funda tradiçom musical popular, som várias (e fôrom mais) as bandas de música e muitos mais os grupos de música tradicional, os coros e ruadas, etc. e saber que numha casa labrega rica, como a de marcial valladares, havia tanta variedade de instrumentos, tanto gosto pola música, ajuda a comprender essa tradiçom. 
as cousas cobram o seu sentido quanto mais conheces. e é muito importante focar a atençom nesses trabalhos aparentemente marginais (centrados como estamos muitas vezes no labor literário ou historiográfico de certas figuras) para ter umha visom mais completa do que foi a posta em valor da cultura galega no xix. 

enfim, que eu saquei proveito do livro sem saber de música. imaginai aquelas que tenhades mais cultura musical ca mim... 

Um comentário:

Isabel disse...

Que luxo de resenha. A melhor até agora. Nunca pensei que me alegraria tanto de ter deixado as pestanas entre os manuscritos... Beijo e obrigada!