sexta-feira, 21 de março de 2008

querer ser deus


etgar keret: o condutor de autobús que quería ser deus. rinoceronte editora. cangas 2006. traduçom de moncho iglesias míguez.

dous dias depois de suicidar-me atopei trabalho aqui numha pizzaria que se chama Kamikaze e que pertence a umha grande cadeia. assim começa a segunda parte desta obra e penso que assim se define toda ela: surpresa, humor e irreverência.
o livro está dividido em duas partes, ou nom. no começo encontramo-nos com quatro contos curtos para seguir com umha novela, um conto longo, ao que dá início a frase que inaugura este comentário. para mim é esta novelinha, a colónia de vacaçons de kneller, o melhor do livro. muito rim.
depois de ler o orientalismo de said, veu-me bem gorgulhar-me na obra de um autor israeli. porque depois de ler sobre imagens e topicadas sobre o oriente, hei de admitir que a minha ideia geral do israel está filtrada pola situaçom da palestina. porvezes esqueço que provavelmente israel seja algo mais que judeus ultraortodoxos hiperarmados, igual que esqueço que nos usa tem que haver um outro mundo que nom representa bush.
ler este livrinho desperta os sentidos e fai-nos ver a heterogeneidade das sociedades. e fai-me lembrar umha cousa que nos dixo a salma quando falamos com ela: que lá onde há opresom há gente a luitar contra ela. neste caso poderia-se dizer que lá onde há fanatismo religioso há pessoas a desmitificar a importância da religiom. assim, os soldados israelís que se suicidam durante o serviço militar compartem espaço des-terrenal com os terroristas suicidas árabes: a ironia nom pode ser mais grande.
deus e a religiom som nomeados de contínuo nos contos de keret, mas os cabritos nunca aparecem. como na vida.

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