sexta-feira, 12 de outubro de 2012

um saco de bolas

joseph joffo: un saco de canicas. mondadori, barcelona 2010.

quando há tempo lim o neno do pijama raiado escrevim que nom acreditara na personagem protagonista, porque mais que menino ingênuo, parecia aparvado. daquela nom lera esta saqueta de pelouros. livrou-se o do pijama. a crítica havia ser ferozmente destrutora. 

porque este livrinho é uma maravilha. o protagonista também é um menino. é parisino e judeu e junto com o seu irmão maurice, dous anos mais velho, começa uma viagem pola frança ocupada do 1941 fugindo pola janela quando os nazis e a gestapo entravam pola porta.

já me caiu em graça porque começa o primeiro capítulo explicando a importância de ser campiom jogando ás bolas. e oferece nas primeiras linhas, a definiçom do que é um irmão: alguém a quem devolvemos a última bola que lhe ganhamos. joseph é um menino crível porque as suas reflexons correspondem-se com as reflexons de uma criança de dez anos, mas nom por isso deixam de ser reflexons sérias e interessantes. é ingénuo, mas nom parvo. e pode que nunca soubera realmente que andava em risco de morte, mas tinha claro que vivia em perigo.
por exemplo, jo leva uma decepçom enorme quando cruza a linha que separa a zona ocupada da zona liberada francesa: ele contava que ia ser semelhante aos defrontamentos cinematográficos entre índios e vaqueiros e resultou ser um passeio noturno. nom duvida em identificar uma colaboracionista porque uma pessoa tam odiosa como para compará-lo com o irmão (ai, és cuspidinho a maurice!) tem que ser traidora  por força.  e sempre confia em que voltará a juntar-se toda a família ainda que em cada escapadela deixe atrás pessoas que nunca mais vai ver...

do que mais gostei das andanças de jo e maurice é que sempre se salvam com uma combinaçom proporcionada de sorte e fabulaçom. ambos os dous som uns autênticos mentiráns. contam com uma capacidade extraordinária para aproveitarem qualquer pormenor da sua vida quotidiana e argalhar vidas e histórias que ocultem a sua identidade judeia. tam bem contam os contos e goçam de tal maneira as suas mentiras que porvezes semelham esquecer que elas som as suas armas de salvaçom.

jo vém sendo o joseph joffo menino e o livro nom som outra cousa que as suas memórias. joseph consegue manter na narrativa o ponto de vista duma criança de dez anos, que entende que deve fugir mas nom acaba de compreender por que, que se sabe judeia sem ter mui claro que é ser judeu, que sabe quem som os inimigos, mas é quem de fazer amizade com soldados italianos...  e todo isso é o que faz o livro delicioso.

cousa bonita.


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