quarta-feira, 26 de setembro de 2012

outono aqui

mario regueira: outono aqui. sotelo blanco ediçons, santiago 2012.

tivo sorte mário com as expectativas criadas na minha volta com o seu romance. nom me deixei levar pola eufória inicial dalgumas pessoas, que falavam maravilhas do livro e aguardei. aguardei a que alguém me digera bah, nom é tam bom como dizem!. e tem sorte também com o facto de eu ter obedecido as ordens recebidas: nom leias a contra-capa, que desvenda parte do final (senhores de soteloblanco, nom ponham os carros diante dos bois).

enfim, como lim aguardando menos do romance e sem spoilers, o resultado é que gostei muito. muito muito. 
a história é singela, que nom simples: o protagonista é chamado ao pé do irmão ausente, rico e doente. e ele acode com a intençom de ajustar contas. que contas tem que ajustar é o que imos sabendo pouco a pouco entre passeios por gante, recordos da aldeia esquecida e de velhos contos de filhos pródigos.
gostei porque reflicte bem a destruçom do mundo rural e essa vida desubicada entre a cidade e a aldeia que já nom é. porque mostra bem às claras como umas geraçons sofrem em carnes próprias as feridas infringidas/recebidas polas anteriores. e porque utiliza mui bem o recurso das músicas (admitindo eu que a metade delas me eram desconhecidas)...
o que menos: o papel de helena... semelha-me um pouco forçado o seu rancor e a sua obsessom... em excesso veemente. 

e sobretodo gostei porque encontrei nele essa mistura de boa trama e estilo cuidado que achei a menos noutras leituras recentes.há literatura -o melhor, as imagens construídas partindo das cançons-, há ideias -propostas sérias de reflexom-, há política -nom panfletos-, há pessoas -nom estereótipos-, há criatividade ao serviço duma trama bem estruturada.

e há um rio de lavar que representa o melhor e o pior das pessoas.



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