terça-feira, 5 de maio de 2009

enrugas

paco roca: arrugas. astiberri ediciones. bilbo 2009.

como tinha lido outra obra de paco roca da que gostei muito, el faro, o outro dia merquei esta às cegas, sem saber de que ia. foi na feira do livro, em compostela e, como a tarde ia calorosa, decidim refrescar-me bebendo e lendo no rua nova. de todos os livros que merquei, colhim o arrugas, porque era a leitura fácil, já se sabe, os quadrinhos.
e lim, e lim, e lim e quase me saltitam as báguas dos olhos para o nestea porque buff, que duro mas que autêntico. sim que há imagens que chegam mais que milheiros de palavras: eu percebim melhor aquilo que é o alzheimer nos desenhos de faces sem rosto que pintou roca que em qualquer sisuda explicação que me fosse dada polo mais importante especialista.
arrugas conta a história de emilio, um velhote que é internado pola sua família numa residência por nom poder ser atendido na casa correctamente. tem alzheimer ou demência. ou as duas cousas, tanto tem. arrugas é uma descarnada descrição da morte em vida das pessoas senis, do infantilismo com que são tratadas por instituições e famílias, do horror que lhe supõe a uma pessoa ver decair as suas capacidades. mas também é uma tenra descrição da amizade apreendida, do egoísmo evoluido em solidariedade, da soidade que desemboca em companhia, da luita contra os destragos da velhez.
já na primeira cena eu puidem ponher-me nom lugar da minha avó, que morreu não há muito despistada, desorientada e raivosa com esse seu despiste e essa sua desorientação. percebia daquela a sua raiva. entendo-a melhor agora.

para isso serve a literatura.

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