sexta-feira, 14 de novembro de 2008

caçando trolls

luis seixido: o cazador de trolls. sotelo blanco edicións. compostela 2001.

o caçador de trolls nom é um romance, mas umha novela, um conto longo. toda a trama esta bem sintetizada no título: vai de um caçador que anda à caça de trolls. a estrutura da obra é bem simples também: umha primeira parte dedicada ao caçador, racamonde; umha segunda parte dedicada aos trolls, e umha terceira na que é narrado o encontro violento: a caçaria.
mas por detrás desta aparente simpleza bate umha reflexom mais profunda. ainda que para mim certas técnicas utilizadas polo autor nom estám mui logradas [o uso do estilo indirecto livre nom acaba de convencer], nom evitam que a trama esté bem construída e que faga reflexionar.
porque esta novelinha mostra como muitas vezes o pedrador é quem nom o parece e que os monstros tenhem comportamentos mais humanizados que muitas pessoas.
na primeira parte conhecemos racamonde, caçador, autêntico predador, que se move pola fraga igual que um lobo, um urso, um raposo. por suposto, junta ele mais experiência, força e astúcia que esses três animais em conjunto. e menos respecto com a vida: até os lobos, vemos na obras, tratam com dignidade aos seus inimigos dentro da manada. racamonde encontra provas da existência de trolls na fraga do rei e decide sair na sua busca, para espanto de toda a povoaçom, dada a fama demoníaca de tais engendros.
na segunda parte conhecemos os trolls, representados por Vento Morno e a sua família, dedicados por completo a viver e deixar viver, aproveitando os recursos do bosque ,mas sempre colaborando para o seu cuidado, e mantedores de umha bençom mágica que os ajuda a sobreviver: o dom.
o dom será o elemento mágico que lhe dê sentido ao final da história e que enfatize o lugar de cadaquém na escala de valores que o autor nos quer ajudar a construir.
eis o romance: aproveitando elementos da narraçom oral o autor constrói um discurso que ajuda a reflexionar sobre o papel dos seres humanos com respecto aos outros animais seique menos racionais e perante a natureza em geral. o autor acerta ao situar a história num tempo indefinido, mas num espaço reconhecido: eu vim-me na devesa da rogueira, no courel.
isso sim, o final nom deixa muito espaço para a esperança...

ah, e penso que o desenho da capa do livro desmerece o conteúdo do mesmo. eu nom o teria colhido para ler.

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