A poesia é algo assim em algumhas pessoas durante um certo tempo algo no interior Nom tem nada a ver com nada.
faltava a poesia. mas como a emprestei, nom podia falar dela. descubrim que o kapuscinski, ademais de cronista, era poeta [algo transparentava a sua prossa]. e descubrim umha ediçom estupenda, bilíngüe, que ademais de achegar-nos à sua palavra, também nos achega à sua língua.
a poesia de kapuscinski é algo assim como o epígrafe que cito mas nom é isso. é umha búsqueda de sentido, umha definiçom, umha pergunta atirada ao ar. há poemas saidos das duras experiências em guerras, poemas saidos da soidade, poemas nascidos na polónia... e todos simples, directos, tirando de imagens claras e precisas que fam evidentes também a dúvida e o desconsolo.
há vários poemas marcados no volume, mas é este que sigue aquele que transmite o que eu percebim neste poemário:
escrevim pedra
escrevim casa
escrevim cidade
rompim a pedra
rompim a casa
rompim a cidade
sobre o papel as pegadas da luita
entre
a criaçom e o extermínio.
escrevim casa
escrevim cidade
rompim a pedra
rompim a casa
rompim a cidade
sobre o papel as pegadas da luita
entre
a criaçom e o extermínio.
a escritura como espelho da vida e como maneira [a única?] de dar-lhe um sentido à existência. de compreendê-la. de interrogá-la. de exorcizar a dor de viver.
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