Há dous anos andei polo senegal. desde a ignorância. foi quando voltei que comecei a pesquisar e conhecer o país, atravês das artes, da história. umha grande descoberta foi ousmane sembène. mas desde a ignorância eu pensava que era só [só!] cineasta. vim moolaadé. é já avondou para admirar a um homem procedente da regiom onde passei três semanas.
até que rinoceronte deu em publicar umha novelinha: o xiro postal. e descubrim que o ousmane antes, ou a um tempo que cineasta, era escritor.
a parte mais decepcionante da minha viagem a senegal foi dacar. certo é que só botei dia e meio. foi o derradeiro local de visita. cheguei à capital depois de ter recorrido milheiros de quilómetros até a casamansa e de volta por kedougou, tocando com mali e a guiné conackry.
nom gostei de dacar porque nom semelhava o resto do país: em oussouye e qualquer das suas aldeias vim pobreza acompanhada de dignidade mas a capital sentim-na agressiva, caos de prédios enormes que se botava à gente e nom perdoava a pobreza, volvendo-a miserenta.
lembro que nada mais chegar, um polícia nos cobrou umha taxa porque "as furgonetas com tubabs nom podem passar ao centro da cidade", cousa impossível porque os brancos europeus só se movem polo centro. se quissemos chegar ao hotel, pagamos. acontecendo-nos isso a nós, pessoas que podiamos exercer certo poder no nosso papel de ricas e europeias, que haviam de passar outras gentes sem possíveis nem cor branca que segue a impór presença...
pois é dessa miséria moral da que nos fala o giro postal: do peregrinar dum homezinho para poder fazer cobrança dumha remessa de parís, a indefensom que nele provoca o analfabetismo e a pobreza, as corruptelas da vida quotidiana e a comprovaçom de que a independência nada fijo polas capas mais humildes da sociedade... tam bem contado que eu caim na conta de por quê nom gostei de dacar quando a conhecim, corenta anos depois do tempo ficcionado por ousmane sembène.
até que rinoceronte deu em publicar umha novelinha: o xiro postal. e descubrim que o ousmane antes, ou a um tempo que cineasta, era escritor.
a parte mais decepcionante da minha viagem a senegal foi dacar. certo é que só botei dia e meio. foi o derradeiro local de visita. cheguei à capital depois de ter recorrido milheiros de quilómetros até a casamansa e de volta por kedougou, tocando com mali e a guiné conackry.
nom gostei de dacar porque nom semelhava o resto do país: em oussouye e qualquer das suas aldeias vim pobreza acompanhada de dignidade mas a capital sentim-na agressiva, caos de prédios enormes que se botava à gente e nom perdoava a pobreza, volvendo-a miserenta.
lembro que nada mais chegar, um polícia nos cobrou umha taxa porque "as furgonetas com tubabs nom podem passar ao centro da cidade", cousa impossível porque os brancos europeus só se movem polo centro. se quissemos chegar ao hotel, pagamos. acontecendo-nos isso a nós, pessoas que podiamos exercer certo poder no nosso papel de ricas e europeias, que haviam de passar outras gentes sem possíveis nem cor branca que segue a impór presença...
pois é dessa miséria moral da que nos fala o giro postal: do peregrinar dum homezinho para poder fazer cobrança dumha remessa de parís, a indefensom que nele provoca o analfabetismo e a pobreza, as corruptelas da vida quotidiana e a comprovaçom de que a independência nada fijo polas capas mais humildes da sociedade... tam bem contado que eu caim na conta de por quê nom gostei de dacar quando a conhecim, corenta anos depois do tempo ficcionado por ousmane sembène.
Um comentário:
Rinoceronte ten o mellor catálogo de literatura contemporánea en língua galega que existe na actualidade. Claro que iso tampouco é tan difícil.
Non te perdas a Gudmundsson nin a Paasilinna.
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