terça-feira, 2 de agosto de 2011

depois da meianoite

salma: despois da medianoite. xerais. vigo 2011.

a leitura da estranheza. umha estranheza consciente. porque podia recorrer ao glossário final que maría preparou para nós, leitoras de cultura alheia. porque tenho contacto com pessoas de támil nadu que poderiam resolver-me dúvidas culturais. porque eu mesma visitei támil nadu e soubem da situaçom de tantas mulheres como rábia ou wahida. mas optei por fazer umha leitura desde a estranheza porque isso quer este livro e isso quigérom a autora e a tradutora.
estranheza polo léxico, por essa abafante presença do támil in-traduzido, pola minuciosa descriçom de costumes que nos som alheios, cultural e religiosamente, pola sobreabundância de nomes de mulheres e tias e filhas e nais e vizinhas que fam que perdas o fio e nom o deas encontrado até bem avançada a leitura, pola enormidade da narrativa, 640 páginas que se dizem bastante mais rápido do que se lêm. enfim, umha leitura estranha e difícil.

e resulta que nom. que o romance envolve, a história atrapa, passeninho, porque nom semelham passar grandes cousas. a fim de contas estamos a falar da vida pobre dumhas mulheres num recanto do mundo, com um quotidiano limitado a cozinhar, parir e cuidar da honra familiar.  

e desde o começo percebes como depois da meia-noite, nas sombras, acovilhadas entre a rotina dos dias, vam discorrendo vidas autênticas con conflitos iguais, semelhantes ou paralelos aos deste outro recanto do mundo que nom nos é estranho nem no léxico nem nos costumes religiosos e culturais nem nos nomes de mulheres e tias e filhas e nais e vizinhas. 

porque se algo sacas da leitura é que as inquedanças que abafam e animam ás mulheres pobres e musulmás de támil nadu nada tenhem de exóticas e em pouco se diferenciam das inquedanças que abafam e animam á mulheres ricas, ocidentais e católicas de qualquer aldeia do rural galego.

bençom, salma.

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