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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

a pensom eva

andrea camilleri: a pensión eva. traduçom de carlos acevedo. galaxia 2006.

nené quer entrar na pensom eva, templo sagrado, centro de peregrinaçom masculina, manancial de mocidade, rito iniciático. mas nom pode entrar até os 18 anos, a menos que faga trampas. entretanto conhece o seu corpo e o seu entorno, joga a médicos com a curmá, olha revistas que nom deve, [des]informa-se entre amigos sobre a filosofia última da vida.
este romance, ou melhor novela, leva-nos da mao de nené até a cidade siciliana de vigatà. começada a leitura, semelha que o narrador nos vai passeiar polas aventuras da adolescência, o despertar do sexo, os primeiros encontros, numha viagem leve e lixeira, quase idealizada.

mas de súbito, umha bomba bong.

e faz apariçom a guerra, o fascismo, a violência, rebentando a vida nos mercados.

é certo que a visom do bordel [ou!, estripei parte da trama: a pensom eva é um bordel] está idealizada, com madamas tenras e prostitutas ora puritanas ora comunistas, mas eu gostei da evoluçom que fam as personagens protagonistas: se ao começo nené só pensa em chegar à maioria de idade para ir de putas, acaba por esquecer tal pretensom depois de conhecer, nom às putas em geral, mas as mulheres concretas que se vendem na pensom.
o tratamento da religiom divertiu-me muito. há duas histórias deliciosas: a do neno visitado polo espírito santo e a da puta que viu cair um anjo do céu.
de leitura ligeira, rápida, nom me deixou o regosto a banalidade que semelhava proporcionar ao primeiro bocado.