quarta-feira, 17 de setembro de 2008

nove

maria lado: nove. edicións fervenza. a estrada 2008.

este lugar mordido.

nove é novembro, umha ilha, umha baleia, um lugar para a dor. o poemario começa com um assim dói novembro a ressumir -ressumar- todo o texto. coitelas como paisagens, agulhas, mordeduras, peles mancadas, crebas, formam o léxico e o leit-motiv do discurso.
nove é um poemário do sofrimento. nom pediu de mim que percebesse, que entendesse qualquer cousa em toda a sua claridade, mas que sentisse. que me identificasse com a dor.
eu entendo a poesia como umha procura da abstracçom, perfectamente explicada naquele poeminha de pessoa e o fingidor que chega a fingir aquilo que sente. é abstracçom porque o que procuras é fazer comum, compreensível por qualquer, aquilo que é só subjectividade. colectivizas o íntimo, o pessoal.
e isso consegue marialado: colectivizar a dor.
e através do mar, esse animal mancado.

Nenhum comentário: