terça-feira, 4 de março de 2008

território da desapariçom



miguel anxo fernán vello: territorio da desaparición. editorial galaxia. vigo 2004.

às minhas chegadas aos livros som do mais variadas. nom lera nada de fernán vello. no último implícate participou. recitou um poema, melhor, falou um poema que a mim me deixou impressionada: os repatriados. na seguinte visita a couceiro procurei em todos os volumes do poeta até dar com o texto. formava parte deste território da dessapariçom, que ainda venho de ler agora.
muitos som os poemas que tenho marcados com um pregue na folha: esta é a resistencia, o duro amor; a casa abandonada, casa deserta, retorno do exiliado, discurso parlamentar do pobres... já polos títulos vê-se qual é a tendência do poemário e desta leitora: poesia política, poesía de intervençom.
esse território da desapariçom é concebido como este outro território em que vivemos, onde as casas e as aldeas som abandonadas e as ortigas o ocupam todo, onde é a hora do implacável negócio, dos grandes patrocínios, onde aquilo que se descompóm é a esperança.
nesse espaço, bem identificável para mim, aparece a poesia, a palavra, como única possibilidade de memória, e portanto, de futuro.
há dous poemas que penso logram tal identificaçom: o titulado bóveda e o titulado arquitectos. no primeiro, elegia a alexandre bóveda, joga com o apelido e a importância das abóbadas na construçom dum edifício, dumha casa, dumha pátria. no segundo identifica o ofício da arquitectura com o das poetas, entanto pessoas construtoras dessa mesma pátria-casa.
o difícil para alguém coma mim, que ademais de ler escreve, e ver reflectidos temas [teimas] que também me interessam, recorrendo ao mesmo imaginário [o território, a casa] e aceitar que outros o fam infinitamente melhor, com dúzias de versos para apontar e apontalar os muros da casa.

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