begoña caamaño: morgana em esmelle. galaxia, vigo 2012.
para ler morgana há de ser lido antes o merlim do cunqueiro. nom por questons de subordinaçom patriarcal, eva e a costela de adám e essas cousas, mas porque este romance está escrito em contraponto com aquele de merlim.
o ponto de partida é simples: morgana aparece em esmelhe , nas terras de miranda, na outra fisterra, para arranjar contar com o velho meigo que aí se refugia e aclarar, de passo, quatro cousinhas à esmirriada de genebra.
o romance narra o tempo da visita, e fai-nos viver a tensom que há nos quartos da casa grande e que manoelinha, filipe de amância e marcelina mal podem conciliar. só ao final a tensom é resolvida, nom vos conto se com arranjo ou com rebentaçom.
na história combinam-se as vozes de merlim, filipe e as mulheres de avalon, mas a perspectiva, o ponto de vista que se apom ao longo do discurso é o de avalon: a defesa do conhecemento científico ao serviço da comunidade fronte ao escurantismo e elitismo da nova religiom que invade europa. se a lenda do rei artur foi tingida de cristianismo, em morgana reivindica-se um laicismo nom sei se anacrónico, porém bem interessante.
morgana só podia viajar a esmelhe porque só um merlim como o do cunqueiro, velhote, humilde, animoso e bom vizinho pode receber morgana na sua casa como filha pródiga. o merlim de excalibur teria-lhe metido um lostreghaço tipo son-goku que nos fastidiaria as reflexons que oferece este texto.
achei de menos esse humor tenro que ressuma o livro de cunqueiro, e que creio lhe acaia mui bem a esta morgana recriada por begonha. ela coloca essa rejouba nos capítulos narrados por filipe de amância, nos que imita e é reconhecível o estilo do mindoniense.
leitura mui agradável.
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