segunda-feira, 6 de julho de 2009

vermelha apesar do amor

claudio rodríguez fer: ámote vermella. ilustrações de sara lamas. xerais. vigo 2009.

porque as histórias não fôrom escritas com tinta,
mas com o fio das costureiras

e a verdade na ponta duma agulha


há semanas que lim este poemário. mas, assim como doutros livros as palavras saem imediatas e doutros mais as palavras saem demoradas, deste simplesmente não saiam. não sabia eu como falar desta obra.

pois ela deixou um gosto acerbo. não gostei mas não sabia dizer por que. não gostei mas não queria dizê-lo, porque me podia o respecto à causa. custou-me aceitar que alguém que escreve sobre memória histórica e mulheres represaliadas pudera ter-me decepcionado.

ámote vermelha está estruturado em três partes: o coração da besta, na besta do coração e memória contra a morte. na primeira parte faz recordatório de mulheres vítimas da repressão durante a guerra civil e a ditadura; na segunda faz um elógio de várias mulheres artistas, algumas contemporâneas, e na terceira recolhe alguns poemas sobre o lugo antifeixista.

é a primeira parte a da decepção: enfia nela poemas adicados a mulheres antecedidos duma epígrafe informativa sobre as suas [pequenas] histórias. o caso é que a mim chegarom-me mais as epígrafes, as histórias espidas de paralelismos e anáforas, que os poemas. do livro anotei, no meu caderno, mais vidas e nome que versos. os poemas deitavam aroma a cânfora, a velho, a anos 70 e manifa e não, não acabo eu de gostar da poesia-ode da poesia-panfleto. quero que a minha mente trabalhe mais.

esta decepção veu-se compesanda por esse poema em haikus: vermelha com lobas. aí sim encontrei o que procurava.


Um comentário:

isabel rei disse...

http://www.peticao.com.pt/hegemonia-social-do-galego